sábado, 6 de dezembro de 2008

Afinal



Afinal onde não havia saudades
há saudades
Afinal onde não havia ternura
há ternura
Afinal onde havia para sempres
há quem sabe

Vejo a linha do horizonte da costa por mim traçada
vejo a alma doce por mim revelada
na espuma da água, num dia feliz

Sei que somos os anjos da guarda um do outro
vigilantes, atentos ou desatentos, a partir do céu ou do inferno
usando radares do século XXI

Encriptamos as palavras com os códigos que só cada um conhece
afastados pelo espaço da dor
a tentar reparar motores sem diagnóstico
com a vontade de que o difícil não se torne impossível

Afinal onde havia sem retorno
há retoma
Afinal onde só havia desejo
há o inexplicável
Afinal onde o pensamento estava ausente
está o primeiro e o último pensamento do dia
Afinal

2 comentários:

P disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Daniel Aladiah disse...

Muito bem escrito. Devias dedicar-te!
Abraço
Daniel