
Afinal onde não havia saudades
há saudades
Afinal onde não havia ternura
há ternura
Afinal onde havia para sempres
há quem sabe
Vejo a linha do horizonte da costa por mim traçada
vejo a alma doce por mim revelada
na espuma da água, num dia feliz
Sei que somos os anjos da guarda um do outro
vigilantes, atentos ou desatentos, a partir do céu ou do inferno
usando radares do século XXI
Encriptamos as palavras com os códigos que só cada um conhece
afastados pelo espaço da dor
a tentar reparar motores sem diagnóstico
com a vontade de que o difícil não se torne impossível
Afinal onde havia sem retorno
há retoma
Afinal onde só havia desejo
há o inexplicável
Afinal onde o pensamento estava ausente
está o primeiro e o último pensamento do dia
Afinal
2 comentários:
Muito bem escrito. Devias dedicar-te!
Abraço
Daniel
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